A agenda ESG (Governança Ambiental, Social e Corporativa) vem se consolidando de maneira expressiva no Brasil. Cada vez mais, as práticas empresariais estão sujeitas a padrões rigorosos de sustentabilidade e de responsabilidade social e ambiental, impulsionadas por novas exigências de conformidade.
Tradicionalmente, a auditoria imobiliária focava em aspectos legais, financeiros e técnicos, como a regularidade documental do imóvel e de seus proprietários, bem como a condição física do imóvel. No entanto, com a crescente importância dos pilares de ESG, essa análise precisa ser ampliada para avaliar impactos ambientais, sociais e de governança, garantindo que a aquisição de imóveis e parcerias imobiliárias estejam alinhadas com práticas responsáveis e sustentáveis.
A importância dessa mudança de abordagem está na conscientização de que o imóvel a ser adquirido não é apenas um ativo físico, mas também carrega consigo implicações ambientais e sociais que podem afetar a reputação da empresa compradora.
Assim, é fundamental que na auditoria imobiliária sejam contemplados os aspectos de ESG.
Sob o viés ambiental, a verificação de passivos, como contaminação de solo, eficiência energética de projetos, já é uma prática essencial dentro da análise da viabilidade de aquisição de um imóvel e realização de parcerias imobiliárias. No entanto, com o avanço das práticas de ESG, aspectos como o uso de recursos renováveis, a certificação de construções sustentáveis e o impacto das operações no entorno ganham ainda mais relevância.
Esses elementos não só reduzem o risco de danos futuros ao meio ambiente, mas também aumentam o valor de mercado de propriedades que seguem padrões ambientais rigorosos.
No aspecto social, é igualmente crucial analisar se a empresa vendedora ou a empresa que será parceira na operação imobiliária está comprometida com práticas trabalhistas éticas. A falta dessa verificação pode resultar, inclusive, em danos reputacionais para a compradora/parceira e em consequências jurídicas e sociais.
No pilar de governança, a auditoria deve avaliar se a transação e as partes envolvidas seguem os padrões éticos e regulatórios, prevenindo riscos de corrupção e garantindo transparência em todas as etapas.
Ao expandir a auditoria imobiliária para contemplar a análise considerando os pilares de ESG, as empresas não apenas cumprem com exigências legais, mas também reforçam o seu compromisso com a sustentabilidade e responsabilidade social.