Quando o tema está relacionado à implementação de programas de Compliance em empresas de pequeno e médio porte, desafios, como falta de recursos, equipes enxutas e carência de conhecimento especializado assustam, no entanto, boas práticas de Compliance podem apoiar as empresas no seu desenvolvimento a longo prazo, evitando danos à reputação e um crescimento sustentável.
Certamente, as empresas de pequeno e médio porte devem estruturar um programa de Compliance considerando alguns aspectos, tais como estrutura, quantidade de colaboradores, setor ou segmento em que opera, risco do negócio, incluindo o entendimento sobre relacionamentos com parceiros comerciais.
Além disso, é preciso considerar a legislação vigente e a expectativa dos stakeholders.
Da mesma forma, é importante ter em mente que os desafios do porte da empresa podem ser superados e requisitos mínimos podem ser implementados com os recursos disponíveis, de forma eficiente e objetiva.
Um ponto importante a ser considerado na implementação de programas de Compliance em empresas de pequeno e médio porte é que não se pode comparar com os programas de Compliance existentes em grandes empresas ou multinacionais. São realidades e necessidades distintas.
Além disso, devido ao porte da empresa, se faz ainda mais necessário o comprometimento dos seus proprietários, porque é fundamental que eles estejam engajados na estruturação de um programa de Compliance e que atuem como disseminadores de uma cultura ética dentro da empresa.
Então, como isso funcionaria, na prática?
É importante iniciar com a elaboração de um Código de Conduta aderente aos valores da empresa, além de realizar o processo de conscientização e de treinamento e, a partir daí, a implementação de políticas aderentes aos riscos da operação.
Tais atividades, automaticamente, fazem parte dos três pilares que visam prevenir, detectar ou interromper atividades que não estão em conformidade.
Outro ponto importante a ser levado em consideração é a possibilidade de se ter um profissional dedicado ao tema dentro da empresa. Mas não há problema que em empresas de pequeno e médio porte o profissional de uma outra área acumule as atividades de Compliance.
Por fim, percebe-se que o perfil do consumidor atual mudou e que temas relacionados à reputação são levados cada vez mais em consideração quando da escolha de produtos e serviços.
Portanto, não apenas as empresas de pequeno e médio porte, mas todas as empresas deveriam considerar a implementação de programas de Compliance, pois eles podem evitar danos reputacionais e são investimentos e não custo.