No primeiro semestre de 2024, o cenário de crédito no Brasil passou por importantes mudanças, refletindo as condições econômicas e as políticas governamentais. Segundo informações da Serasa[1], o país atingiu cerca de 397 bilhões de reais em dívidas negativadas, evidenciando uma tendência crescente de busca por crédito para financiar necessidades imediatas, como consumo e dívidas anteriores.
Estima-se que 44% da população adulta está endividada, o que demonstra a dificuldade que muitos brasileiros estão enfrentando para honrar seus compromissos financeiros. Essa realidade tem consequências diretas para a economia, pois o endividamento excessivo reduz o poder de compra das famílias, enfraquecendo o consumo interno, que é um dos pilares do crescimento econômico.
O ambiente de crédito para empresas também apresentou desafios significativos no primeiro semestre de 2024, com 146 bilhões de reais em dívidas negativadas. Com um acesso mais restrito ao crédito e um aumento nos custos financeiros, muitas empresas enfrentaram dificuldades para manter suas operações. Esse cenário cria um ciclo vicioso, onde a falta de crédito leva a uma maior vulnerabilidade financeira empresarial e, consequentemente, a um aumento nos pedidos de recuperação judicial e decretação de falências.
As perspectivas para o segundo semestre de 2024 indicam um cenário de cautela, com previsões econômicas que apontam para a manutenção de políticas monetárias restritivas. A expectativa de uma alta inflação e a continuidade de taxas de juros elevadas podem manter o crédito restrito, tanto para consumidores quanto para empresas.
O primeiro semestre de 2024 foi marcado por desafios significativos, tanto para os consumidores quanto para as empresas. O aumento no endividamento, a alta inadimplência e o crescimento nos pedidos de recuperação judicial refletem um ambiente econômico complexo e cheio de incertezas. Para os empresários, é fundamental adotar uma gestão financeira prudente, buscando equilibrar a necessidade de crédito com a capacidade de pagamento. O monitoramento constante das condições econômicas e a adaptação às mudanças no mercado serão essenciais para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades que surgirão no segundo semestre de 2024.
[1] https://www.serasaexperian.com.br/conteudos/indicadores-economicos/