A sigla ESG remete às práticas empresariais que impactam positivamente nas questões ambientais, sociais e de governança e se tornou uma das grandes preocupações do mercado nos últimos tempos, inclusive do setor imobiliário, que é responsável por 40% das emissões globais de gases de efeito estufa, 50% do consumo mundial de energia e 40% das matérias-primas.
Segundo o estudo ESG na Prática, divulgado no final de 2022 pelo CTE (Centro de Tecnologia de Edificações) e pela Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias), 71% das empresas do setor cumprem ações de ESG, enquanto as outras 29% estão em fase de implementação.
Apesar das certificações verdes não bastarem para que o mercado imobiliário seja ESG, estas são consideradas um diferencial competitivo para o mercado, havendo um crescente em suas obtenções.
Nesse sentido, traremos abaixo algumas das certificações que vêm sendo adotadas pelo mercado:
- Certificação LEED (Liderança em Energia e Design Ambiental): presente em mais de 160 países, o selo LEED é um dos mais reconhecidos no segmento. Ela é focada em avaliar a eficiência energética, a sustentabilidade hídrica, a escolha de materiais e a qualidade ambiental interna. Na América Latina, o Brasil e o México lideram em número de edifícios certificados – mais de 1.500 e de 1.200, respectivamente.
- Certificação WELL: lançada pelo International WELL Building Institute (IWBI) e administrada em parceria com o órgão certificador Green Building Certification Institute (GBCI), também responsável pela certificação. O selo tem mais de 102 características descritivas e de desempenho a serem avaliadas e tem como diferencial incluir critérios ligados à saúde, ao bem-estar e ao desempenho dos inquilinos dos edifícios, concentrando-se em como a ocupação e a rotina das pessoas se dão. Atualmente, há apenas 8 edifícios com essa chancela no Brasil, mas existem 70 empreendimentos aguardando auditoria para obterem o selo.
- Certificação BREEAM (Bulding Reseach Establishment Envionmental Assessment Method): desenvolvida no Reino Unido, a BREEAM avalia diversas categorias, incluindo energia, transporte, poluição, saúde e bem-estar, inovação e gerenciamento de processos.
- Certificação GBC Casa e Condomínio: desenvolvida pelo Green Building Council Brasil (GBC Brasil), a certificação avalia o desempenho ambiental e de eficiência energética de edificações residenciais.
- Certificação Aqua: desenvolvida no Brasil, a certificação Aqua foca na sustentabilidade ambiental em empreendimentos imobiliários, abrangendo eficiência energética, gestão de água e qualidade do ambiente interno.
- Certificação Procel Edifica: desenvolvida no Brasil, avalia a eficiência de energia elétrica de edifícios comerciais e residenciais.
- Selo Casa Azul: Desenvolvido pela Caixa Econômica Federal, o Selo Casa Azul busca promover práticas sustentáveis em empreendimentos, focando em questões como eficiência energética, uso racional da água e gestão de resíduos
A obtenção das certificações implica, muitas vezes, em investimentos substanciais que, à primeira vista, podem ser encarados como um ônus para o setor imobiliário. No entanto, é importante reconhecer que esse custo adicional não apenas reflete um compromisso com a sustentabilidade, mas também pode ser percebido como um investimento estratégico na valorização do empreendimento, uma vez que empreendimentos certificados frequentemente são percebidos como mais valiosos pelos investidores e consumidores, impulsionando a valorização do ativo.
Por fim, é importante ressaltarmos que as certificações trazem uma série de obrigações e desafios jurídicos que devem ser endereçados.
Nosso escritório está apto a auxiliar em todo o processo, desde a análise regulatória e imobiliária até a celebração dos contratos com fornecedores, investidores e consumidores.