Em um contrato colaborativo, empresas podem optar entre White Label e Private Label para desenvolver produtos com base nas vantagens e objetivos desejados.
Dentre as espécies de contratos que envolvem a colaboração entre duas empresas, em que uma é responsável pelo desenvolvimento e fabricação dos produtos (a fabricante), enquanto a outra (a contratante) se encarrega das estratégias de vendas, marketing, distribuição e comercialização, se destacam duas modalidades: White Label e Private Label.
Embora à primeira vista essas modalidades pareçam semelhantes, diferenças cruciais permeiam seus fundamentos, moldando estratégias comerciais e abordagens distintas, principalmente no que tange a exclusividade e o controle sobre a identidade da marca.
No modelo White Label, traduzido do inglês para “etiqueta branca”, a fabricante realiza uma produção sem marca, permitindo que a contratante adicione seu próprio rótulo e identidade visual antes de lançar o produto no mercado. Essa abordagem oferece flexibilidade, permitindo que empresas otimizem suas operações sem a necessidade de produzir internamente, facilitando a expansão de negócios e a oferta de produtos sob sua própria marca.
A ênfase da produção reside no produto, ficando a identidade da fabricante em segundo plano. Em um contrato White Label, a exclusividade entre as partes não é inerente, permitindo que uma mesma fabricante produza determinado produto para demais contratantes, entretanto, algumas vantagens significativas podem ser obtidas a partir dessa forma de contratação, especialmente com a redução de custos operacionais de produção. Inclusive, em razão da exclusividade não ser inerente no fornecimento White Label, esse tipo de contratação é comumente realizado em operações internacionais, situação em que é recomendável a negociação de exclusividade territorial para garantir à contratante que não haja identidade de produto em seu mercado.
Por outro lado, na modalidade Private Label, do inglês “etiqueta privada”, a empresa contratante direciona a fabricação a terceiros, mas com especificações próprias a serem rigorosamente seguidas pela fabricante, que incorpora a marca da contratante no produto final. O modelo confere controle total sobre a identidade da marca, seu modo de produção, matérias-primas, embalagem e apresentação.
Neste cenário, a contratante assume a gestão de marketing, identidade visual, distribuição e, também, a elaboração das especificidades do produto, enquanto a fabricante se encarrega somente da produção conforme as diretrizes da contratante.
Diferente do White Label, na modalidade Private Label é importante que o contrato firmado entre as partes estabeleça exclusividade na produção e comercialização, assegurando que o produto seja desenvolvido e vendido tão somente para a contratante, e que não seja comercializado para quaisquer terceiros. Assim, o modelo garante a exclusividade para a contratante proteger a sua propriedade intelectual, influenciando nos preços de mercado e na fidelização de clientes.
A escolha entre White Label e Private Label dependerá das metas estratégicas de cada empresa, se há propriedade intelectual da contratante embarcada no produto e o quão interessante é divulgá-la a terceiros, visto que sempre há o risco de vazamento, ainda que o contrato deva trazer proteções quanto a tal fato, e que tais modalidades oferecem vantagens distintas.
Enquanto o White Label proporciona agilidade e flexibilidade, conferindo soluções que poupam tempo e recursos para as empresas que desejam entrar em novos mercados ou expandir seu portfólio, permitindo a comercialização de produtos prontos sem o ônus de desenvolvimento ou marca própria; o Private Label oferece controle total sobre a fabricação, desde o desenvolvimento até a distribuição ao consumidor final, permitindo a possibilidade de criação de produtos exclusivos no mercado alinhados à identidade da marca, contribuindo para uma boa reputação de seu nome no mercado.
Compreender essas nuances é essencial para tomar decisões informadas e bem-sucedidas no dinâmico mundo dos negócios, em que a diferenciação e a adaptação estratégica são fundamentais para a obtenção de sucesso.