Passados quase três anos do início de um cenário pandêmico, as expectativas para a retomada econômica em 2023 eram altas. Segundo o Semáforo do Crédito, um estudo do Serasa [1] em parceria com a FGV, o país enfrentou um estado de alerta no ambiente de crédito em maio de 2020, quando teve seu pior momento nos últimos dez anos.
Em 2020, o país atingiu cerca de 259 bilhões de reais em dívidas negativadas de consumidores e 118 bilhões de reais para dívidas de pessoas jurídicas, sendo que estes mesmos índices do Serasa mostram que, no primeiro semestre do ano de 2023, as dívidas negativadas, em reais, atingiram 346,3 bilhões para os consumidores e 118 bilhões de reais para as pessoas jurídicas.
Já no segundo semestre de 2023, o país atingiu cerca de 366,8 bilhões de reais para os consumidores e cerca de 122 bilhões de reais para as pessoas jurídicas, sendo que a maior concentração dessas dívidas permanece no setor bancário, especialmente cartões de crédito e financiamentos.
Não obstante as expectativas de diversos economistas, os índices de inadimplência aumentam a cada novo período, especialmente para pessoas físicas, em que o aumento tem se mostrado expressivo. Esse cenário pode ser alterado em razão de ações governamentais recentes que visam a negociação de dívidas, especialmente do setor bancário, e a limitação de juros de cartões de crédito.
O cenário favorece a negociação e a recuperação de créditos inadimplentes de forma amigável, o que consequentemente tende a melhorar os índices para o próximo período.
¹ SERASA. Semáforo do Crédito. Disponível em https://www.serasaexperian.com.br/sala-de-imprensa/noticias/estudo-inedito-da-serasa-experian-revela-um-ambiente-de-credito-em-estado-de-atencao-no-brasil/