Segundo Fábio Coletti Barbosa, administrador de empresas, palestrante, professor e executivo com carreira em grandes corporações, existem três razões para as pessoas aderirem aos pilares ESG: a convicção, a conveniência e o constrangimento. E isso dentro de um cenário irreversível e crescente em que, segundo ele, não existirá futuro para as empresas que não estiverem conectadas com as mudanças representadas por novos consumidores, investidores e profissionais que olham com atenção para questões ambientais, sociais e de governança.
Autoexplicativos, os 3 “C”s, certamente, estão presentes nas decisões corporativas a respeito da agenda ESG.
Uns decidem segui-la e implementá-la por convicção – o que é o desejado pois, como mencionado pelo professor, estamos diante de um assunto extremamente relevante e sem volta.
Nesses casos acredita-se na relevância, realidade e importância do tema, atitudes concretas são adotadas, e o investimento não está necessariamente atrelado a um retorno financeiro – o que por vezes ainda é um impasse conceitual para alguns executivos.
Estar em conformidade com as práticas ESG por conveniência também tem sido a opção de alguns, que alinham boas práticas ambientais, sociais e de governança com a expectativa de reconhecimento por seus stakeholders, sociedade e consumidores.
A adoção dessas boas práticas garante a execução de alguma ou algumas ações reais voltadas aos pilares o que, por consequência, gera repercussão socioambiental positiva, o que já é louvável. A prática do ‘ganha-ganha’ para atividades lícitas é por vezes indutora de ações concretas, válidas, e é razoavelmente aceitável.
Diferente, porém, é a leitura para aqueles que aderem aos pilares ESG por constrangimento, e isso porque geralmente o fazem após a ocorrência de alguma situação de não conformidade.
Ficam constrangidos pois, após uma fiscalização que identifica violação aos direitos humanos de seus colaboradores, firmam um termo de ajustamento de conduta com algum órgão da administração pública. No mesmo sentido no aspecto ambiental, quando se compactua com a adoção de uma providência determinada para remediação ou compensação de um dano ambiental. Ou, ainda, depois de um grande escândalo contábil, contratam uma consultoria renomada para implementar práticas de governança corporativa bem vistas pelo mercado.
Ponto de atenção: empresas que se movimentam por constrangimento, via de regra, perdem a credibilidade de suas ações, tendo os efeitos de seus esforços razoavelmente diminuídos.
Talvez, nesses casos, a máxima “se não for pelo amor, é pela dor” seria aplicável. Mas sábia a corporação que aprende com a dor (ou erro) alheio, e não próprio.
E aí, qual desses 3 C’s motivam sua empresa a aderir aos pilares ESG?